PCP assinala libertação dos povos africanos

40 anos da conquista <br>da independência

As­si­na­lando o 40 º ani­ver­sário da con­quista da in­de­pen­dência dos povos afri­canos sob o do­mínio do co­lo­ni­a­lismo por­tu­guês, o PCP re­a­lizou um jantar co­me­mo­ra­tivo, an­te­ontem, em Lisboa, com a pre­sença do Se­cre­tário-geral, Je­ró­nimo de Sousa.

O Par­tido de­fende que se de­sen­volvam re­la­ções de ami­zade e co­o­pe­ração

Nesse evento par­ti­ci­param os em­bai­xa­dores de An­gola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mo­çam­bique e São Tomé e Prín­cipe, e re­pre­sen­tantes em Por­tugal do MPLA, do PAICV, do PAIGC e da FRE­LIMO.

Par­ti­ci­param igual­mente as em­bai­xa­doras da Ar­gélia e de Cuba, países que na opi­nião do PCP se des­ta­caram par­ti­cu­lar­mente, ao lado da União So­vié­tica e de ou­tros países so­ci­a­listas, na luta contra o co­lo­ni­a­lismo e na so­li­da­ri­e­dade para com os povos em luta pela sua in­de­pen­dência. Par­ti­cipou também a em­bai­xa­dora da África do Sul, cuja luta do seu povo contra o re­gime do Apartheid está in­ti­ma­mente li­gada à luta de ou­tros povos afri­canos contra o jugo co­lo­nial.

Numa breve sau­dação aos pre­sentes, o Se­cre­tário-geral do PCP su­bli­nhou o al­cance his­tó­rico da in­de­pen­dência dos cinco países para os povos afri­canos que, pela força da sua luta he­róica, se li­ber­taram do jugo co­lo­nial por­tu­guês, mas também para o povo por­tu­guês, re­cor­dando que a Re­vo­lução de 25 de Abril de 1974 e a con­quista da in­de­pen­dência pelos povos de An­gola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Mo­çam­bique e São Tomé e Prín­cipe são in­se­pa­rá­veis.

Afir­mando que «os nossos povos foram ali­ados na luta contra um ini­migo comum, o fas­cismo e o co­lo­ni­a­lismo por­tu­guês» e re­cor­dando as re­la­ções de pro­fundo res­peito e so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista entre Álvaro Cu­nhal e Amílcar Ca­bral, Agos­tinho Neto e Sa­mora Ma­chel, o Se­cre­tário-geral do PCP va­lo­rizou as re­la­ções de es­treita ami­zade e co­o­pe­ração te­cidas entre o PCP e o MPLA, a FRE­LIMO, o PAIGC e o PAICV, o MLSTP. «Re­la­ções de grande res­peito e con­fi­ança mútua, de entre-ajuda e ac­tiva so­li­da­ri­e­dade, nos tempos duros da di­ta­dura fas­cista, antes, du­rante e de­pois da Re­vo­lução de Abril», frisou.

Re­forçar laços

Trans­mi­tindo os me­lhores votos do PCP nas ta­refas da con­so­li­dação da so­be­rania tão du­ra­mente con­quis­tada, da pro­moção do de­sen­vol­vi­mento e do bem estar dos povos ir­mãos afri­canos, Je­ró­nimo de Sousa re­a­firmou o em­penho do PCP «para que entre os nossos povos e países se de­sen­volvam re­la­ções de ami­zade e co­o­pe­ração pau­tadas pelo res­peito e in­te­resse re­cí­procos, li­vres de pres­sões, de in­ge­rên­cias, de pre­con­ceitos ne­o­co­lo­ni­a­listas. Re­la­ções que possam po­ten­ciar de modo po­si­tivo ele­mentos for­jados pela his­tória, como a exis­tência de uma língua ofi­cial comum e fa­vo­recer um in­ter­câmbio mu­tu­a­mente en­ri­que­cedor e uma co­o­pe­ração nor­teada pelos va­lores da paz e da ami­zade entre todos os povos».

Je­ró­nimo de Sousa su­bli­nhou também que «no mundo pe­ri­goso em que hoje vi­vemos, no qual, na Eu­ropa como em África, as forças do grande ca­pital e as grandes po­tên­cias co­locam grandes de­sa­fios à li­ber­dade, à paz e à in­de­pen­dência dos povos, mais im­por­tante se torna va­lo­rizar o sig­ni­fi­cado de acon­te­ci­mentos como aquele que hoje aqui as­si­na­lamos e que mostra que aquilo que de­cide o de­sen­vol­vi­mento his­tó­rico não é a força da ex­plo­ração e da opressão mas a luta li­ber­ta­dora dos povos».

Re­corde-se que o PCP, Par­tido pa­trió­tico e in­ter­na­ci­o­na­lista, sempre con­si­derou que não pode ser livre um povo que oprime ou­tros povos, assim como con­denou o co­lo­ni­a­lismo e as cri­mi­nosas guerras co­lo­niais, tendo ins­crito no seu Pro­grama para a Re­vo­lução De­mo­crá­tica e Na­ci­onal (apro­vado no VI Con­gresso do Par­tido, em 1965) «re­co­nhecer e as­se­gurar aos povos das co­ló­nias por­tu­guesas o di­reito à ime­diata in­de­pen­dência».

 



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